24 de abr. de 2012

Projeto Sagres – MENTIRAS HISTÓRICAS

Texto introdutório para as aulas especiais do Projeto Sagres – Anglo - Lorena, Guaratinguetá, Pindamonhangaba e Cruzeiro.

O futuro pensando para os anos 2000 – desenho os JETSONS

             “O futuro não é mais como era antigamente” (RUSSO, 2001). A frase da música Índios da banda Legião Urbana, do ano de 1986, denuncia aquilo que Boaventura de Souza Santos explica como

o futuro prometido pela modernidade não tem, de fato, futuro. A verdade é que, depois do século de modernidade, o vazio do futuro não pode ser preenchido nem pelo passado nem pelo futuro. O vazio do futuro é tão só um futuro vazio. (SANTOS, 2001, p.19).

             O historiador inglês Eric Hobsbawn coloca que:

Se a humanidade quer ter um futuro reconhecível, não pode ser pelo prolongamento do passado ou do presente. Se tentarmos construir o terceiro milênio nessa base, vamos fracassar. E o preço do fracasso, ou seja, a alternativa para uma mudança da sociedade, é a escuridão.(1995, p.562)

Muitas vezes a própria História foi escrita na penumbra de meias verdades, oferecendo uma ideia concomitante com uma frase atribuída à Napoleão Bonaparte, “a História é um conjunto de mentiras sobre as quais se chegou a um acordo.”  Outras vezes use-se esta ciência não apenas de forma inequívoca sobre o passado, como também sobre o futuro, sendo usada para “adivinhar” o que poderia acontecer. Ela, quanto muito, aponta algumas pistas, mas não é uma bola de cristal.

É importante ressaltar que a História já possuiu várias visões de interpretação, que chamamos de Historiografia, apresentando 03 grandes correntes:

1.Positivismo: esta corrente se baseava nos fatos, nos personagens (heróis) históricos, datas, enfim, na objetividade não reflexiva dos eventos.
2. Marxismo: para esta corrente a história é explicada pelo materialismo histórico, ou seja, os fatores econômicos, em especial, a luta de classes determinam a explicação histórica.
3. Escola dos Annales (História Nova): a organização de um povo, a maneira como viviam, se organizavam, se relacionavam, o seu cotidiano e a produção cultural são importantes para escrever a História.

Hoje vemos essas correntes ainda presentes, misturadas e possibilitando novas interpretações e interessantes refutações sobre o passado. Neste sentindo vários livros estão sendo publicados, lançando luzes sobre o passado. Evidentemente que é preciso ter cuidado com certas visões, contudo veremos em nossa aula alguns questionamentos algumas curiosidades e até mentiras históricas.

           Interessante que estas questões historiográficas estão aparecendo, por exemplo, no ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), observe abaixo uma questão do ano de 2010 que discute, em sua essência, diferentes visões sobre a Guerra do Paraguai:


          Quantas mentiras (ou versões) não podemos ter sobre o indígena e negro na História do Brasil Colonial? A Guerra do Paraguai foi mera arquitetura da Inglaterra? A Escola de Sacres foi lenda? Qual a verdade sobre personagens como Aleijadinho, Santos Dumont, Tutancâmon, Buda, Marco Polo, Cleópatra, Carlota Joaquina e Gandhi? A História da América Latina se revela apenas como uma veia aberta?

           Tantos questionamentos são possíveis, pois “resumindo tudo, as causas, em história como em outros domínios, não são postuladas. São buscadas.” (BLOCH, 2001, p.159). São algumas pistas sobre esta busca que trataremos em aula.

É isso ai,
Força Sempre = ]

Fontes de Pesquisa:
Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil – Leandro Narloch – Ed. Leya, 2010.
Guia do Politicamente Incorreto da América Latina – Leandro Narloch e Duda Teixeira – Ed. Leya, 2011.


Referência Bibliográfica:
BLOCH, Marc. Apologia da História ou Ofício de Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
HOBSBAWN, Eric. A era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo Companhia das Letras, 1995.
RUSSO, Renato. Índios. Intérprete: Legião Urbana. In LEGIÃO URBANA, Como é que se diz eu te amo. Rio de Janeiro: EMI. P.2001. 1 CD, Faixa 09.
SANTOS, Boaventura de Souza. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. São Paulo: Cortez, 2001.

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